terça-feira, 15 de novembro de 2011

Parte 4

A neblina tomara conta da mediana avenida onde se encontravam, ao sair do pequeno bar, tomados pelo calor de um Blender escocês, Katherine e Pether dirigiam-se ao apartamento humilde porém confortável de Moretti. Ao adentrar no portão que os levara ao apartamento numero 125, Katherine teve uma mera lembrança de que algum de seus compromissos estavam sendo deixados para trás, logo, fixou sua memória e viera a lembrar.
Katherine Tinha três reuniões marcadas para a manhã seguinte, a primeira com a Kentucky Fertilizer Company, cujos executivos se mostravam bastante animados com a nova campanha que ela preparava. Gostavam em particular da frase de abertura: "Se você quer sentir o aroma das rosas..." A segunda reunião seria com a Breeders Stud Farm e a terceira com a Lexington Coal Company. Um Dia memorável Para Katherine.
Parker era muito ligada em astrologia, consultara diariamente seu horóscopo e acreditara fielmente no que la diria. Seu signo, Leão, Descrevia ao certo sua personalidade, forte, corajosa e carente. A noite aproximara-se e a temperatura tornara a diminuir, Pether investiu novamente em um convite para Parker aproximar-se da escada e subirem, porém ao dar-se conta do horário, a mesma indagou.
- Agradeço o convite Pether, porém tenho reuniões importantíssimas para minha carreira pela manhã, e devo preparar alguns tópicos para a mesma ainda hoje pela noite.
- Elementar minha cara, elementar - aplicou Pether lembrando de um livro que havia lido.
- Amanhã pela tarde venho a lhe ligar Pether, se sua agenda estiver livre podemos tomar um café na confeitaria da esquina.
- Minha agenda sempre estará livre para um bom papo com uma companhia tão agradável Parker. Fico no aguardo de sua ligação.
- Ok, boa noite Pether
- Boa noite Kath, tenha lindos sonhos.
Katherine dirigiu-se ao ponto de taxi ao outro lado da rua, adentrando ao mesmo e indo em direção à seu apartamento. No caminho, Katherine observava as ruas já congeladas pela leve neblina que parecera escorrer de um céu claro e meditava sobre seu encontro casual e inesperado de outrora. Pether com certeza marcou os pensamentos de Katherine fazendo-a suspirar quando dele recordava. Sua beleza e desenvoltura masculina chamara atenção de Parker, porém o que mais lhe impressionou foi sua inteligência, muito aproximada à dela.
O carro parou de frente a um apartamento luxuoso de médio porte, em uma avenida famosa da cidade, Katherine pagou o taxi e apontou-se para fora do autocarro sumindo em uma portaria iluminada de seu condomínio.
- Olá Jerry, como vai?
- Tudo bem senhorita Parker, a dama está linda por sinal!
- Obrigada Jerry, bondade sua!
Jerry era um porteiro elegante, portava seus 50 e tantos anos com um ar jovial e aplicara um trabalho exuberante, o qual justificava seu salário altamente satisfatório.
Jerry acompanhou-a até o elevador e tornou-se à portaria. Katherine subiu ao décimo andar e adentrou ao apartamento 452.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Manhã, Tarde e noite - Parte 3

Pether Moretti era um homem calado e elegante de pouco mais de trinta anos. Era alto e magro com o rosto formado por planos convergentes que lhe davam um ar de severo e feroz, o qual não era. Seu curto cabelo loiro vivia penteado a moda social, um queixo saliente com uma cova inesperada e profundo olhos azuis com um leve tom castanho. Seu porte atlético era essencial em uma das suas profissões. Moretti era motorista de uma pequena empresa pela manhã, no qual fazia coletas e entrega de mercadorias com um caminhão furgão de uma marca conceituada em tecnologia, e ao anoitecer, era professor de história em uma universidade particular na mesma cidade onde envolvia-se com milhares de alunos semanalmente descontraindo e ao mesmo tempo sufocando-se com tantos trabalhos e problemas.
Pether teve uma infância marcada por dores emocionais envolvendo sua familia. Desde criança tinha de trabalhar na fazenda de um Coronel junto com seu velho pai. A familia Moretti tinha uma renda bastante complicada, e a unica casa em que viviam, era da fazenda. Quando Pether completara 17 anos mudou-se para a cidade junto com sua madrinha, lecionadora de uma instituição do governo, para então entrar no processo seletivo que o levara para a faculdade de história.
Ele se apaixonara desde o inicio pelo curso e por muitas garotas que la conviviam, tendo vários casos até sua formatura. Dois meses passaram-se após a conclusão de curso, e em uma noite quente de verão chegou a noticia de que seu pai e mãe haviam falecido em um acidente automobilístico vindo para a cidade. Moretti ficara mal por cerca de um ano tentando entender por aonde reiniciar sua vida, e, com todo o apoio de sua madrinha conseguiu dar a volta por cima e voltar à lecionar com sua turma. Pether era professor de um grande empresário do ramo de coletas de Charming, e logo ficara amigo do mesmo. Cold era um empresário que obtinha um monopólio do setor administrando sua empresa junto com sua mulher, Clara Robert. Encerrando-se o semestre letivo, Cold fez um convite para Pether trabalhar para si, como motorista de um de seus veículos, o qual Pether viera a aceitar dois dias depois.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Manhã, tarde e Noite - Parte 2

Katherine possuía vinte e tantos anos bem vividos e dedicados à sua inteligência tais quais davam-lhe um QI de 170 e a natureza cuidara do resto. Possuía um corpo esguio e provocante. Todas as vezes que pela rua andara, os homens passavam-lhe cantadas ou até pediam-a em casamento, porém poucos se davam ao trabalho de tentar conhece-la de fato. Katherine era executiva de relações públicas e propaganda em uma conceituada empresa nacional, e, em suas horas vagas, exercia a profissão de direito e ajudara quem não tinha condições de pagar os altos ordenados dos advogados que ali existiam. Advogada muito bem conceituada, devido a sua inteligencia, colocava medo em muitos já antigos operadores da lei e era em si, muito respeitada pelos magistrados dos mais variados tribunais em que procedera na sua carreira.
A empresa onde Katherine trabalhara fixamente, era de propriedade de dois senhores graduados em propaganda, Leslie Stewart era um homem gordo de fala suave na altura de seus quarenta e quatro anos, e, Jim Tomkins era um sujeito anoréxico e hiperativo, doze anos mais jovem que Stewart. Ambos aplicara tentativas de levar Parker para a cama, porém ela os dissuadira sem muita dificuldade.
- Insista mais uma vez e irei embora.
Após isso, não houvera mais tentativas pois Katherine era uma funcionária mestre na empresa, e toda a sua inteligência não podia ser perdida pelos empresários, a mesma era muito disputada nas agencias do ramo e seu salário tomava um rumo sempre acima.
A primeira parte da infância de Katherine Parker foi única. Ela era uma criança de inteligência extraordinária. Seu pai era professor de Portugues no Community College de Charming e a mãe, trabalhara no lar. Seu pai era um homem alto, bonito, aristocrático e intelectual. Um pai dedicado, que cuidava para que a família sempre jantasse juntos. Adorava Katherine.
- Você é a queridinha do papai - dizia ele.
Sempre comentava que ela linda igual sua mãe, nunca deixara de elogiá-la por suas notas, seu comportamento, suas amigas. Katherine não fazia nada de errado aos olhos dele.
Em seu décimo aniversário, o pai comprou um vestido de renda cinza, com punhos de veludo. Pediu-lhe que pusesse o vestido e a exibiu para os amigos quando apareceram para o jantar.
- Ela não é linda?
Katherine o adorava.
Certa tarde, dois anos depois, numa fração de segundo, a vida maravilhosa de Katherine se desvaneceu. A mãe, com o rosto manchado de lágrimas, chamou-a e sentou-a à sua frente.
- Querida, seu pai... nos deixou. Katherine não compreendeu a princípio.
- Quando ele voltará?
- Ele não vai mais voltar.
E cada palavra foi como uma faca afiada a penetrá-la. Minha mãe o afugentou, pensou Parker. Ela sentiu pena da mãe, porque agora haveria um divórcio e uma briga pela custódia da filha. O pai nunca renunciaria a ela. Nunca mesmo. Ele virá me buscar garantiu Katherine a si mesma.
Mas semanas se passaram e o pai não a procurou. Não querem deixar que ele venha me visitar concluiu ela. Mamãe o está punindo.
Foi a tia idosa de Leslie quem explicou à criança que não haveria uma batalha pela custódia. O pai se apaixonara por uma viúva que era professora na universidade e fora viver com ela, em sua casa na décima quinta Avenida.
No decorrer do ano seguinte, Katherine observou a mãe se recolher mais e mais para dentro de si mesma. Ela perdera todo e qualquer interesse pela vida. Parker sempre achara que "morrer de coração partido" era apenas uma frase vazia, porém acabou observando, impotente, a mãe definhar e morrer. Quando as pessoas lhe perguntavam de que a mãe morrera ela respondia:
- Ela morreu de coração partido.

Continua

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Manhã, Tarde e Noite

A Manha era de inicio de Primavera, o inverno ainda pairava sob o ar gélido de um sistema em crise agarrado pelo vapor das bocas de lobo que ali jorravam, no cinzento céu de agosto uma leve garoa aproximara-se da pacata cidade com pouco mais de alguns milhares de habitantes. O vento frio e áspero da manha fustigava os que faziam compras nas avenidas monótonas, obrigando-os a procurar refugio em suas casas e apartamentos calafetados com um calor aconchegante que a lareira em meio à sala de estar proporcionara. Na rua poucos arriscavam-se por dentre as galerias congelantes e nas ruas principais os pesados da carga e descarga já desistira do trabalho árduo de uma manhã mediana.
Faltavam dez minutos para as onze horas da manhã quando o cinzento céu explodiu numa chuva de confeites brancos, que rapidamente estendeu uma mortalha branca sobre a cidade. Katherine fora ordada pelo suave tamborilar da garoa que transformara em neve matinal e deixou-se ficar na cama a ouvi-la bater de mansinho contra a casa. Possuira cabelos pretos e olhos violetas deslumbrantes, emoldurados por pestanas compridas e negras feita-as levemente. Era detentora de uma altura mediana, com um corpo maravilhoso, esbelto e com muitas curvas. Aparentava uma inteligência extraordinária. Sua beleza era clássica, aristocrata, o que faria com que parecesse inacessível se não fosse pelo brilho dos seus olhos. A voz era baixa e suave, ligeiramente rouca.
À rua, a policia distrital lidava com um assalto de pequeno porte ameaçando-os com um Smith & Weston 38 de cano curto quando um dos meliantes que por ali encontrava-se jogou-se na branca avenida já tomada pelos poucos transeuntes que ali colocavam-se para ver o desfecho da trama. O indivíduo portava em seus longos 1,82 cm de altura, uma Colt, de calibre 45 prateada cuja qual ao adentrar-se na avenida perdeu-a deparando-se à frente de um bruto com seus longos 16 eixos sobressalentes à carga, fazendo com que Pether viera a de súbito, por o pé no Travão evitando assim, colidir o gigante contra o indivíduo que ali estava.
Pether possuia 1,85 cm de altura e na base superior um cabelo loiro socialmente atingido por uma tesoura na barbearia, abaixo seus medianos olhos azuis enfatizados pelo brilho de um sorriso conquistador. De porte atlético formado pelo seu serviço, Pether malhava em suas horas vagas.
Saindo Do local de um quase acidente, Pether dirigira até um frequentado por advogados onde tinha um numero equivalente de conhecidos que ali pairavam e entre si conversavam sobre as mais variadas causas e assuntos. O bar era antigo, porém clássico, indiferente, saturado de cheiro rançoso do medo que ali se acumulava ao longo dos anos com várias demãos de tinta acumuladas. Adentro do Balcão, Maguire era proprietário e ali servia bebidas quentes para seus mais diferentes clientes, uns clássicos, outros arrojados e uns, loucos por si próprios embora a grande maioria, advogados. Pether chegara ao local de encontro e sentou-se escorado no balcão, ingerido sua diária dose tripla de um Blender 12 Anos. As horas passavam como as ondas no mar, quando o sino da porta tocara de uma maneira suave, diferenciada das demais vezes que ali soou. Katherine Parker adentrara, as suas feições eram suaves e delicadas, e o corpo era escultural. O vestido de seda branca era aberto dos lados, de modo a deixar ver a curva delicada dos seios, que eram firmes e pequenos e de uma forma perfeita. Ela cobrira seus ombros do frio com um exuberante chales de pele volumosa. Pether ficara encantado com a beleza de uma escultura humana sobre um salto agulha elevado e clássico, não muito visto nos tribunais da região. Sua respiração ofegara mais a cada passo de Katherine, que logo chegou perto de Pether pedindo à Maguire uma dose dupla de alguma bebida quente. Pether não conseguia controlar a vontade de puxar algum assunto com Parker pedindo assim mais uma dose de seu blender já guardado na caixa 47, particular dele. Parker dotava de uma inteligência magnífica e percebera a ânsia de seu vizinho de banco, levando seu olhar adentro dos olhos dele. Pether já suava neste momento e seu coração tornara ofegante batendo em torno de si mesmo, buscando coragem no mais quente interior de seu corpo, trazendo para fora um tímido rumor que soava por entre seus lábios.
- Como vai você? Indagou Pether.
Katherine completou - Bem!
Assim começou um longo diálogo, o qual consumiu toda a garrafa que estava escondida no Box 47. Pether continuou a falar, mas Jennifer já não escutava as palavras, ouvia-lhes apenas a
musicalidade. Sentia-se como se estivesse a flutuar, a elevar-se nos ares. Tinha-se preparado para tomar uma leve dose e acabara por tomar várias delas. Era demasiado. Pether Sabia como a cena que lá fora ocorrera tornara-se angustiante por alguns segundos, os quais pareciam séculos, e ali onde encontravam-se já alcoolizados por um quente Blender Escocês, o qual destravava seus músculos congelados pelo frio de um início de primavera. Pether morara no andar de cima, ao outro lado da rua, convidando assim Katherine para subir consigo para o mesmo. Lá fora os termômetros batiam a casa de 0 Graus, O vestido envolvido superiormente pela pele de um animal já não aquecia-a por demais e estava um tanto quanto tarde para dirigir-se até sua casa de campo. Katherine aceitou o convite de Pether, o qual despiu-se de sua capa de gabardine e colocou-a sob os ombros de Parker, tocando até seus pés com o calor proporcionado pelo couro Gabardine. O sino da porta tocara novamente, dirigiam-se para fora contemplando o imenso frio da leve neblina que os tocara no instante........Continua.