segunda-feira, 9 de julho de 2012

O veneno que lhe Mata, é você mesmo que Fabrica.


...E aquela angustia toda renasce do meu peito, corre pela Carótida envolvendo as veias já enfraquecidas por este veneno que corre no lugar do sangue. Agora o veneno ataca os nervos deste cérebro já queimado pela fumaça ocasionando pensamentos em forma de frenéticos Delírios. O Celular toca uma música calma, pego-o desligando o despertador, acordando de mais um sonho cancerígeno de inverno, sozinho. Seria mais um dia normal, exceto alguns endereços de mensagens que mudaram, e até então, seguiam sem destino ou rumo certo, Incertos ambos. A angustia ainda não passara e o sol destacava-se por dentre a neblina calma de negativas temperaturas. Salto em direção a mesa e apanho uma caneta, a primeira que encontrei, Vermelha para explicar mais facilmente tudo aquilo que passara em meu peito nos últimos dias. Estava ali a escrever em desvaneio de sentimentos com a mente já em pedaços. Sigo com a escrita que alivia meu coração quando ela aparece novamente em minha mente, faziam meses que não via aquela imagem ofuscada em minha memória, como se fossem um belo par de olhos indefinidamente coloridos banhados por um par de lábios carnudos, exalando um perfume de rosas, nem doce, nem cítrico, Perfeito. De salto aquela imagem desapareceu como aparecera deixando minha mente enlouquecida enquanto a fumaça de Marlboro do vizinho tomara conta do parapeito da sacada frontal. A noite fria me faz traduzir os rabiscos que fiz pela manhã, quando resolvo escrever uma carta para aquela garota dos olhos de Jaboticaba.
...Não, nunca entregarei esta carta devido à covardia que fora misturada ao meu perfume. Eu poderia encher este papel de de coisas bonitas e interessantes, mas, não vem ao caso, já atirei as palavras bonitas pra longe de mim, no mesmo momento em que ingeri uma garrafa de vodka Barata. Poderia aqui nesta mesma carta descrever seus lábios ou até mesmo seus cílios, olhos ou seu sorriso incomum em contraste com o céu azul, negro ou rubro, porque a cor do mesmo tanto faz. Mas toda manhã quando acordo é a mesma luta, a coberta quente prende-me ao colchão fazendo com que eu deixe pra trás todas as lembranças desta carta sem destino, a qual não enviarei pois o destino dela é incerto, e Não acho que alguém mereça palavras compostas por um escritor rouco, bêbado, louco, do Veneno que hoje me mata, sou o próprio Fabricante, e é chegada a hora de aumentar a produção e enlouquecer de vez nas linhas já borradas deste.