terça-feira, 6 de março de 2012

Linhas imaginárias de uma Paixão.


...Nesta noite quente de um verão malicioso, pairo-me de frente com a maçaneta de um coração com formatos curvilíneos, a mesma parece uma flor de aço no qual está estampado um nome com poucas letras, mas, com muitas qualidades. Neste momento frio em que o aço gélido e calejante transforma esta noite na qual os termômetros batem a casa máxima de sobrevivência em pó, não tenho mais vontade de salvar o mundo, e, nem mesmo de mudar o vaso de flor da varanda para onde possa pegar chuva, quando ela chegar.
...A linha imaginária que separa a rua da sarjeta, nem tão imaginária assim, faz-me pensar e repensar sobre atitudes fúteis que as tive em um passado próximo. Pela janela da cozinha no décimo sétimo andar, imagino você debruçada com os cabelos ao vento jogando a fumaça para o alto quando a mesma queima um de seus vinte amigos, alimentando um vício e ao mesmo tempo deixando seu vizinho do andar posterior louco. Com minhas imaginações levanto e abraço-me a uma garrafa de um bom e velho destilado alimentando minha hepatite. Lá fora um gato escala por dentre as árvores de rua alinhadas com as mangueiras de uma velha cidade, as corujas conversam em suas mais fascinantes eloquências de uma vida noturna e observadora. Jogado nessa poltrona fazendo parecer-a com uma cama, toda amarrotada devido aos dias e horas que nela passo, penso em você adentrando em um mundo para onde seus seriados de TV à levam. Nesse tempo que nunca passa, compro um relógio pequeno para ter uma sensação ilusória de um tempo menor para lhe ver, são poucas horas que para mim parecem séculos, as quais alimentam a minha esperança pois eu sei que logo mais eu vou lhe ver, abster-me do mundo irei quando cair em teus braços quentes que, em muitas vezes, esteve dentro de minha jaqueta deixando seu perfume na mesma.
...Muitas vezes tomado por alguma bebida e um pouco de preguiça, intercalo um olhar furtivo em seus olhos castanhos, reluzentes e brilhantes sob a massa cinzenta das nuvens das duas da manhã, pegando o seu calor telepaticamente, alimentando assim meu coração todos os dias, no qual sua imagem já passa a tomar um relevante espaço. Degusta do meu Whiski passando a língua pelos lábios e esboça um sorriso brilhante da cor de sua pele de Marfim, deixando-me loucamente feliz jogando ao fogo essa saudade que até então contemplava-me e fazia-me queimar como se estivesse a pisar no mais movimentado formigueiro. Agora sinto como se o vento ultrapassasse as fronteiras de meu rosto trazendo consigo um pouco do seu perfume atenuando o calor de uma paixão deliciosa.
...Em laços atirados e rajantes do som de carros que perambulam pela avenida, volto a mim e enxergo-me mais uma vez deitado no divã já amarrotado à pensar, refletir e ter a plena certeza de que trocaria toda essa vida agitadamente monótona por um minuto de abraço seu, sentindo sua pele, contemplando da sua voz perto de meu ouvido e sabendo que não foi mais um sonho que acaba em um breve cochilo. Agora conforto-me, pois, sei que logo mais vou lhe ver, lhe abraçar e contemplar esse seu lindo e esbelto sorriso detalhado por um olhar fascinante, o qual aperfeiçoa essa obra maravilhosa da vida, a qual denomino você.

sábado, 3 de março de 2012

Louco, Poeta e Amante.


Certa noite, deitado no colo de alguem, com cabelos lisos e olhos negros, ou melhor, castanhos e claros, olhando para o céu limpo e puro, com o seu brilho ofuscado pela fumaça de um Marlboro de dez em dez segundos. Nuvens invadiam o céu e ao mesmo tempo sumiam, um vento calmo tocava o interior de meus pulmoes, o sangue corria normalmente quando ao continuar olhando pro céu, visto foi um risco de brilho que muitos diriam ser uma estrela cadente, outros dizem ser um meteoro. Bom, mas como prega a lenda, o certo seria fazer um pedido, e eu fiz. A cuja estrela cadente, eu pedi apenas você, com esse seu jeito louco de viver a vida, sem medos e sem reservas, adorando desafios. Ao mesmo momento me veio uma certa duvida, será que é voce quem eu tanto esperava, o que te prende de me mostrar quem é voce, o que te paralisa mesmo sabendo que sao dois olhos lindos como os seus que irão me fazer cruzar a divisa. Voce tenta ficar muda, faz cara de mistério e eu só de bermuda testando desvendar o mistério que esses labios guardam. O frio batendo na janela do meu quarto, eu aqui sozinho com meu violão, ensaiando palavras para te dizer quando à encontrar. Gosto de seus abraços no frio, como se o meu aniversário fosse dois de abril, voce tentando explicar coisas para mim entender, o seu perfume ao vento me fazia entender, me faz sentir perto de um céu azul marinho. Não consigo dormir, quando deito pareço sonhar com seus labios, e seus olhos fixos nos meus, eu fico aqui trancado nesse quarto frio tentando imaginar como seria ter voce do meu lado e nao apenas em imaginações. Essa noite, eu deixo me guiar sozinho pelo sonho que me resta quando eu só queria viver este sonho contigo, deixo-me a sonhar. É, mais uma vez estou eu aqui falando de amor, eu que jurei nao mais falar nem escrever sobre essa palavra. A culpa é sua, voce acendeu novamente a minha vontade de amar alguém, com esse seu jeito de levar a vida. As incertezas rodeiam o meu corpo, o cansaço de procurar alguem, alguém que nao existe e se existe eu nao conheço, vamos abrir a noite, abri-la como uma musica de Jazz, percorre-la em um barco azul de borracha, enforcar a memoria, desvendar os segredos, descobrir derrepente uma ilha que nasce dentro do seu vestido, chamar-lhe de madrugada e adormecer contigo. Amanha ao acordar, não irei surpreender-me se estiver louco por ti.